C I G A N O S  N O  B R A S I L

ONDE ESTÃO OS CIGANOS?

Artigo publicado em 2015, objetivando a reflexão de todos, ciganos ou não ciganos...

 

    Esperei o mês de ABRIL caminhar para o seu final... Aguardei as comemorações(?) do dia 8 ("Dia Internacional do Cigano")... Recebi convites para dezenas de festejos Brasil a fora... Vi dezenas de "ciganos"(?) dançando, cantando, fazendo "magias" e vendendo muitas ilusões...

Hoje, fogueiras quase apagadas de apenas um período festivo, me pergunto, lhes pergunto e reflito: sabemos que o Brasil tem quase 191 milhões de pessoas! São 11 milhões de irmãos NEGROS, ou seja, 63% da população; BRANCOS são 93 milhões (49,9%); AMARELOS são poucos: 0,5%; os ÍNDIOS (irmãos também queridos por mim, coitados!), cada dia desaparecem: restam 519 mil, ou seja, 0,4%. Já uma parcela significativa se declarou MULATOSCAFUSOS, MAMELUCOS ou MESTIÇOS de NEGROS... Sabemos até que existem 60.000 "casais homo afetivos..." 

Como sei tudo isso? Ouvi de Eduardo Pereira Júnior (Presidente do IBGE), órgão responsável pelo "CENSO" ocorrido em terras brasílis no ano passado...

 O que quero saber é como os CIGANOS se declararam: NEGOS, AMARELOS, MAMELUCOS, PARDOS? Certo é que, CIGANO, não foi! Até porque, mais uma vez não CONSTOU tão insignificante(?) ítem no "formulário" do que EU chamo de "CONTRA-CENSO".

A triste e cruel REALIDADE é que o Brasil continua tendo a MAIOR POPULAÇÃO CIGANA FANTASMA DO MUNDO! Até hoje não houve por parte dos governos o mínimo interesse no tão decantado "Mapeamento dos Ciganos Brasileiros" (prometido a mim, pessoalmente, desde os anos noventa pelo governo federal). Porquê? Primeiro, não estão "nem aí" para nós ciganos; e segundo, por total INCOMPETÊNCIA mesmo! "INCLUSÃO SOCIAL" "MAPEAMENTO DE CIGANOS", etc., implica fundamentalmente em VERBA! No nosso caso basta um rápido vislumbre no VALOR do prêmio "Culturas Ciganas", em comparação as OUTRAS categorias... 

   Confesso, que muitas vezes diante deste quadro de OMISSÃO dos governos sinto uma ANGÚSTIA enorme pelos nossos ancestrais.

Zarco Fernandes

CONSTATAÇÃO DA ONU:

“Os ciganos no Brasil enfrentam discriminação, principalmente no que se refere ao acesso à educação”.

"Muitos não têm eletricidade, água potável e saneamento, apesar de famílias viverem ali por mais de 20 anos..."

O alerta foi feito por Rita Izsák, relatora especial sobre o Direito de Minorias da Organização das Nações Unidas (ONU), que critica a situação em acampamentos do País.

Segundo a ONU, cerca de 500 mil ciganos vivem no Brasil, mas o próprio governo admite que os dados sobre essa parcela da população são "incipientes". 

Uma das únicas referências é a da Associação Internacional Maylê Sara Kali (AMSK), que analisou os dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais de 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e constatou que existem no Brasil 291 municípios com acampamentos ciganos, em 21 Estados. As maiores concentrações estão em Minas Gerais (58), Bahia (53) e Goiás (38). 

Desses 291 municípios, 40 afirmaram "desenvolver políticas públicas para povos ciganos..."

De acordo com o levantamento divulgado pelo Comitê de Direitos Humanos e pelo Comitê de Eliminação da Discriminação Racial da ONU, 

“... há uma generalização dos casos de discriminação, incluindo casos de racismo e da não aplicação da lei nacional correspondente, nos casos em que as vítimas são ciganas". 

Outra preocupação apontada pelo relatório é a dificuldade de acesso à escola e a alta taxa de analfabetismo.

E T I M O L O G I A:

"C I G A N O" 

"CIGANO":  PROVÉM DO TERMO GREGO BIZANTINO “ATHÍGGANOS”;

 "GITANO":  PROVÉM DO TERMO CASTELHANO “GITANO"; 

“JUDEU":  PROVÉM DO TERMO LATINO “JUDAEU”;

  "BOÊMIO": É UMA REFERÊNCIA À ANTIGA CRENÇA DE A ETNIA CIGANA SER ORIGINÁRIA DA BOÊMIA (REGIÃO DA ATUAL REPÚBLICA TCHECA).

 

O REI QUE NOS ODIAVA

Dom João V (1689-1750) rei de Portugal, tinha um ódio obsessivo aos ciganos e decretou a expulsão das mulheres ciganas para o Brasil.

Como nos relata o pesquisador Asséde Paiva:

“... e no mesmo tom, anos a fio promulgaram-se dezenas de leis, decretos, alvarás exilando ciganos no Brasil. E, obviamente, eles aportavam no Maranhão, Recife, Bahia e Rio de Janeiro, onde estavam os núcleos coloniais mais importantes, mais desenvolvidos...”.

  Decreto em que se mandou comutar o degredo da África para o Maranhão (in F. A. Coelho - "Os ciganos de Portugal", Lisboa, Imprensa Nacional, 1892, p. 253, documento 23):

“Tendo resoluto que os ciganos e ciganas se pratique a lei, assim nesta corte, como nas mais terras do reino; com declaração que os anos que a mesma lei lhes impõem para a África, sejam para o Maranhão, e que os ministros que assim o não executarem, lhes seja dado em culpa para serem castigados, conforme o dolo e omissão que sobre este particular tiverem."

NA ILHA DE FERNANDO DE NORONHA...

Houve um tempo, no passado (possivelmente em 1739) em que TODOS os ciganos do Brasil foram BANIDOS para Fernando de Noronha...

Era a definição de "LIMPEZA RACIAL", com o afastamento daquele povo considerado “DESORDEIRO E VADIO.”

Uma das mais intrigantes LENDAS do Brasil, "O CAJUEIRO DA CIGANA"  até HOJE é lembrada e contada na ilha...

 

SAIBAM TODOS QUE...

 

“ESTA GENTES INÚTEIS”, “ASSASSINA”, “LADRA”, “LASCIVAS” ETC., DE ORELHAS DECEPADAS POR “MERECIDO CASTIGO”, ATUOU DECISIVAMENTE NA HISTÓRIA DO BRASIL. POR EXEMPLO:

- TOMOU PARTE NAS EXPEDIÇÕES BANDEIRANTES, CONQUISTANDO PARA O PAÍS, 2/3 DA AMÉRICA LATINA

- PARTICIPOU ATIVAMENTE DO CICLO DO PAU-DE-TINTA

- DA CANA-DE-AÇÚCAR

- DO OURO

- DA GUERRA DOS FARRAPOS ETC...

COMO SE NÃO BASTASSE, DEU AO MUNDO UM DOS MAIORES ESTADISTAS DA HISTÓRIA:

JUSCELINO K. DE OLIVEIRA!

“CORREIO DA UNESCO” 

(DEZEMBRO -1984, PÁGINA 32): 

 

“EXPLICA-SE A PRESENÇA DOS CIGANOS NO BRASIL PELA SISTEMÁTICA PERSEGUIÇÃO QUE LHES MOVEU O TRIBUNAL DO SANTO OFÍCIO, QUE OS CONSIDERAVA HEREGES, FEITICEIROS E INCONVENIENTES À SOCIEDADE DA ÉPOCA. AS PENAS A QUE ESTAVAM SUJEITOS ERAM MUITO RIGOROSAS”.  

1574: JOÃO DE TORRES, O DEGREDADO

(grafia do original):

Dom sebastiam etc. faço saber que Johão de torres, çiguano reso no lymoeyro, me euju diser per sua petição que estamdo na villa de momtalluão morador e jmdo e vjimdo à castella fora preso he acusado pela justiça, dinzemdo que semdo ley deste Reyno que toda geração de çiguanos não vjuesem neste Reyno e delle se sahyssem em çerto tempo e por elle não ser sabedor da tall ley por jr he vyr há castella, fora preso He acusado pela justiça, elle he sua molher Amgylyna e condenado per sentença da mor allçada, elle em çimquo anos de degredo pera as gualles e açoutados publicamente, cõ baraço e preguão, e a dita sua molher se sahyrya do Reino em dez dias, visto como se não mostraua certidão de quamdo hally fora pobrjcada em momtalluão, homde forão presos, como todo se mostrua da sentença que oferecia. He por que dos haçoutes, baraço de preguão hera feita execuçam e a dita sua molher hera fora do Reyno e elle ser presente, estaua no lymoeiro, homde perecia há mjimgoa, e hera fraquo he quebrado, e não hera pera serujr em cousa de mar e muito pobre, que não tinha nada de seu, me pedya que ouuese por bem se sahyse loguo do Reyno ou que fose pera o brasyll pera sempre e podese leuar sua molher avendo respeito a pena que já tinha recebyda etc.; e eu vemdo que me asy dise he pedir emvyou, queremdo lhe fazer mercê visto hu parece como o meu pase (?), ey por bem e me praz se assy he como dis, de lhe cummutar os cimquo anos em que foy conenado pêra as gualles, pelo caso de que faz menção, visto ho que halegua e declara, em outros cimquo anos pera o brasyll, homde leuara sua molher e filhos, visto outrosy com he feyta execuçam dos haçoutes; por tamto vos mamdo etc. na forma dada em allmerym a vii dias dabrill el rei nosso snr ho mamdou pelos doutores paullo affonso e amtonjo vaaz castello etc. dioguo fernandez a fez, ano do naçimento de nosso snr xpo de m ve lxxiiijo anos. Roque vieira a fez escreuer.

[Archivo Nacional, liv. 16 de Legitim. D. Seb. e D. Henr. fl. 189.] 

ESCLARECENDO E CORRIGINDO A HISTÓRIA:

 

REGISTRE-SE A BEM DA VERDADE, QUE JOÃO DE TORRES, SUA MULHER ANGELINA E FILHOS, NÃO FORAM "OS PRIMEIROS CIGANOS VINDOS DE PORTUGAL A DESEMBARCAREM NO RIO DE JANEIRO NA CONDIÇÃO DE DEGREDADOS, EM 1574..." , COMO A HISTÓRIA(?) REGISTRA.

ENCONTREI EM PORTUGAL, EM REGISTROS DA ÉPOCA, DOCUMENTOS DE ALGUMAS CIGANAS QUE AQUI JÁ VIVIAM ANTES DA 1ª DEPORTAÇÃO OFICIAL: ENTRE ELAS, 3 TIAS MINHAS:

 VIOLANDA FERNANDES, CECÍLIA FERNANDES E MARIA FERNANDES, 

ALÉM DAS CIGANAS APOLÔNIA BUSTAMANTE, INEZ MENDES DE ANDRADE, ARGELINA (...),

 VIOLANTE PACHECA E DOMINGAS GONÇALVES.

 

O MAIOR CONTADOR DE ESTÓRIAS BRASILEIRO:

O IMORTAL QUE AMAVA OS CIGANOS...

O genial João Guimarães Rosa (1908-1967) membro da Academia Brasileira de Letras, ficcionista e diplomata é um dos maiores nomes da literatura contemporânea da língua portuguesa. 

Erudito, prosador brilhante, poeta, homem sensato, ponderado, seus contos têm o cheiro da terra. Ele conviveu com ciganos e nos presenteou com 4 estórias (Tutaméia - Faraó e a água do rio; O outro ou o outro e Zingaresca; Sagarana; Corpo Fechado) e além desses contos, os ciganos são nomeados em outras passagens, inclusive no seu imortal Grande Sertão: veredas.  

Sobre os ciganos, em suas obras são respeitados e vistos como “gente: alegres, viajantes, misteriosos, belos ou feios, espertos, míticos”. 

Como qualidades inerentes à raça ele pontuou em Tutaméia (página 106):

“... excelentes artífices, caldeireiros, latoeiros, ótimos negociantes, videntes e sortistas, e com os mesmos defeitos nossos: loucos, a ponto de quererem juntas a liberdade e a felicidade". 

ASSÉDE PAIVA

(Ciganos na História do Brasil)

 

“Ciganos foram caçados como bestas selvagens, enterrados vivos nos pântanos, suspensos vivos sobre defumadores. Acusados, torturados e condenados. Foram empalados, queimados, esquartejados, decapitados, por crimes que jamais cometeram. Ainda hoje, embora sem torturas, são acusados de tudo de mau que acontece em qualquer cidade. São obrigados a morar em lixeiras, não tem acesso a qualquer benefício/assistência social. É uma luta diuturna pela sobrevivência”.

1º MASSACRE DE CIGANOS NO BRASIL

(ESPERANTINA-PI):

A data do massacre é controvesa entre a população de Esperantina: 1944, 1945, 1922 ou 1913...

Já no motivo da luta travada entre os ciganos e os policiais, a população é unânime: "Os policiais queriam confiscar os bens dos ciganos e, temiam ter no meio da sociedade, pessoas com hábitos e costumes desconhecidos pela população do Retiro Da Boa Esperança", deixando os moradores mais tranquilos...

O massacre aconteceu onde hoje é a praça Leônidas Melo. No contexto dos depoimentos, "... a única reação dos ciganos eram se defender com pedras ou fugir, porém não tiveram sucesso..." Entre idosos, mulheres, homens e crianças, contra os policiais armados de espingargas e espadas, 100 ciganos foram assassinados! Foi preciso usar carro de boi para transportar os corpos para o cemitério (hoje cemitério do Piquizeiro de areia, ou como é mais conhecido, "Cemitério dos Ciganos"), que hoje recebe durante o ano, centenas de visitantes...

Aquele grupo de ciganos tinha como líder um homem conhecido como "Metrado", que após o confronto faleceu na casa do senhor Manoel Lages. Segundo os relatos, a luta contra os ciganos teria sido comandandada por "coronéis" e autoridades da época. Muitos comentam que houve a participação das famílias "Lages", "Diniz" e "Portela" entre outras...

Os Esperantinenses mais antigos afirmam: "... Os ciganos eram ricos e traziam entre seus pertences muito ouro e objetos de valor. Os policiais ficaram com tudo."

Dos ciganos eles dizem:

 "As mulheres faziam leituras das mãos... Todos demonstravam ser calmos e amigos... "Muita das vezes gostavam de dormir no mato..."

 

OPINIÕES SOBRE O SITE:

1- Melhor site sobre culturas ciganas

 

Sou uma estudiosa sobre as culturas ciganas. Viajo muito para conhecer essas culturas e olhando a internet vi o site do senhor entre muitos outros... Posso afirmar é um dos melhores que conheço e sem dúvida o mais completo.
Estou interessada em alguns materiais que só encontro fora do Brasil e que o senhor possui.
Entrarei em contado pelo seu e-mail.

Carolina Gutchen

 

2- Prezado Zarco Fernandes


Sou autora alemã e como tenho na minha vida tanto uma conexão com os ciganos (cresci pertíssimo dos estabelecimentos ciganos mais antigos da Alemanha) quanto com o Brasil (onde morei por 4 anos) fiquei logo "ligada" quando li um artigo sobre os "Ciganos do Brasil" e já consegui para este tema o interesse do canal de televisão cultural "ARTE" (uma união das emissoras públicas francês e alemãs). 

Neste contexto achei seu blog (muito legal!) onde vi a foto dos ciganos viajando com carroças (estou te enviando em anexo a este mail). 

Agora estou curiosa de saber: este retrato foi feito no Brasil? Existe isto ainda no Brasil? A nossa ideia aqui é captar o que vai ser história bem logo - e se ainda existem nômades que viagem com carroças, certamente são eles os últimos de uma tradição antiga! E nesta hipótese você até poderia me ajudar a entrar em contato com eles: seria perfeito! Neste sentido fico aguardando sua resposta com muita curiosidade e mando abraços da terra nevada.

 

Katrin Buhbut

 

BASTUCHÊ MURRÔ 

DUVELI BARON

ANÁ MENGA ANAU KALON!

OBRIGADO

 PELA 

VISITA 

DEIXE SUA OPINIÃO NO LIVRO DE VISITAS 

(FALE COMIGO).

 

VOLTE SEMPRE!

“É iníquo o preconceito, porque não tem julgamento.”

(Publílio Siro)

CABRAL 

e CIGANOS:

Segundo fontes documentais, os primeiros ciganos oficializados a chegar ao Brasil, de fato datam do ano de 1574, degredados de Portugal. Entretanto, inúmeros pesquisadores acreditam, que possivelmente na frota de Pedro Álvares de Cabral, os 7 homens integrantes da nau vindos na viagem, descritos como sendo “homens de origem indiana...” eram ciganos.

1763:

 O Rio de Janeiro passa a ser capital.

 

Este ano, oficialmente, os ciganos aparecem na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

EM MINAS GERAIS:

DE 1708 A 1917, OS CIGANOS FORAM SISTEMATICAMENTE PERSEGUIDOS EM MINAS GERAIS.

 E PASMEM: 

O HERÓI TIRADENTES MATOU CIGANOS!

30-04-1988:

DOM MORETTO (CNBB)

 

 ESCREVEU:

 

“... HÁ NO BRASIL UMA POPULAÇÃO CIGANA QUE ULTRAPASSA NUMERICAMENTE A POPULAÇÃO INDÍGENA. ELA TAMBÉM MERECE OS CUIDADOS DE UMA EVANGELIZAÇÃO ADAPTADA À SUA CULTURA. O CONHECIMENTO DESTA MINORIA ÉTNICA PODE AJUDAR NA ORIENTAÇÃO DE OUTRAS MINORIAS, POIS ELAS TÊM CONSEGUIDO SOBREVIVER NA SUA IDENTIDADE CULTURAL, USANDO RECURSOS DA CULTURA DOMINANTE SEM SER COOPTADA POR ELA”. 

 

No decorrer de nossa vida errante, além das ameaças diárias de desterro (até hoje tão presentes), nosso povo tem sofrido perseguições sistemáticas terríveis, torturas para que “confessem seus crimes”! Nossos antepassados foram marcados com ferros em brasa como “malfeitores e vagabundos”; outros lhes cortaram as orelhas; condenações sumárias levaram os ciganos à morte, sem prova alguma, apenas por serem “ciganos”!

 Esse tratamento iníquo, com certeza explica, até certo ponto a atitude desconfiada que demonstramos para com estranhos... 

Z A R C O

EM CABO VERDE:

 

... ESTE DEBATE TEM QUE SER MUITO MAIS AMPLO DO QUE ATÉ AGORA, ISOLADAMENTE CADA PAÍS VEM DISCUTINDO. 

NÃO SE PODE OLHAR A DUNA ESQUECENDO-SE DA PRAIA...

C I G A N O S

NA CIDADE NOVA:

 

Em 1936, as ciganas que faziam a “buena-dicha” nas ruas do Rio de Janeiro, para escapar das perseguições policiais, passaram a instalar-se em locais fixos, anunciando seus serviços nos jornais. Muitas até requereram “habeas corpus” para poderem exercer a sua profissão, algo que um artigo de jornal da época considerou “um absurdo”, solicitando “uma repressão séria, urgente e enérgica da polícia contra essas embusteiras e mistificadoras do povo que zombam das nossas leis e das nossas autoridades (...).

DOCUMENTO

 MAIS ANTIGO:

(Oliveira China) 

 

“De 1574, há uma resolução de D. Sebastião, pela qual se comuta a pena de 5 anos de galés a que foi condenado o cigano João Torres, em 5 anos de degredo para o Brasil, podendo ele ir acompanhado de sua mulher e seus filhos”.

 
 

Este ato governamental é o documento mais antigo sobre o degredo dos ciganos que encontramos.

31 de julho 1718:

 

No governo de Dom Pedro Antônio de Noronha, Marquês de Ângela, 3º vice-rei (1714-1718), chegavam os primeiros ciganos à cidade da Bahia. Lemos:

“Eu, Dom João, pela graça de Deus etc. faço saber a V. Mercê que me aprouve banir para essa cidade vários ciganos homens, mulheres e crianças – ‘devido ao mao e escandaloso procedimento com que tem se portado neste reino’. Tiveram ordem de seguir em diversos navios destinados a esse porto, e tendo eu proibido, por lei recente, o uso de sua língua habitual, ordeno a V. Mercê que cumpra essa lei sob ameaça de penalidades, não permitindo que ensine a dita língua a seus filhos, de maneira que daqui em diante o seu uso desapareça”.

 

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ÁFRICA

 E 

BRASIL:

 

Angola serviu de palco para inúmeras deportações portuguesas, perdurando até que a Ilha de Fernando de Noronha (Brasil) fosse determinada a ser presídio também para o degredo, que só terminaria em 1885 (exceto Angola aonde seu fim só veio mais tardiamente...)

Albert 

Einstein:

“Época triste a nossa: mais fácil quebrar um átomo do que o preconceito!”

Nas provisões de 15 de abril de 1718, 23 de agosto de 1724, 29 de maio de 1726 e de 29 de julho de 1740, lê-se:

 

“Se os ciganos e outros malfeitores, degredados do reino de Pernambuco, não adotarem nesta capitania algum modo de vida estável e continuarem a cometer crimes, serão novamente degredados dela para Angola”. Lê-se também, que “Por decreto de 11 de abril de 1718, foram degredados os ciganos do reino para a praça da Bahia, ordenando-se ao governador que ponha cobro e cuidado na proibição do uso de sua língua e gíria, não permitindo que se ensine a seus filhos, a fim de obter-se a sua extinção.”

DEGREDO:

 

Durante 3 séculos, em Portugal, o degredo foi uma prática bastante utilizada pelo antigo regime. 

No Brasil, desde a chegada dos primeiros reinos (1500) até a independência em 1822, este tipo de punição jamais deixou de ser praticada. 

Os legisladores portugueses puniam com a prisão, degredo, açoite e, às vezes, com a morte não somente os crimes como nós os definimos hoje, mas também os pecados, os maus costumes, as imoralidades, certas opiniões e pensamentos.

Jogar cartas ou dados falsificados, por exemplo, era um crime punível com o açoite e o degredo para o Brasil. As pesquisas, de maneira geral, demonstram que as deportações de ciganos de Portugal para o Brasil se estenderam até o final do século XVIII.

ÁFRICA - BRASIL:

Angola serviu de palco para inúmeras deportações portuguesas, perdurando até que a Ilha de Fernando de Noronha (Brasil) fosse determinada a ser presídio também para o degredo, que só terminaria em 1885 (exceto Angola aonde seu fim só veio mais tardiamente...)

“... Entre os primeiros degredados vindos de Portugal, para o Brasil, já se encontravam os CIGANOS”.

DORNAS FILHO

 (“Os ciganos em Minas Gerais”

 

MAMBEMBES:

 

REGINA YARITZA 

(cigana, domadora de elefantes):

“Quem nunca ajudou a armar um circo, jamais admitirá que o Universo tenha surgido do caos”.

DIREITOS HUMANOS

 

(Artigo 2):

“Toda pessoa tem todos os direitos e liberdades proclamados nesta Declaração, sem distinção alguma de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de qualquer outra índole, origem nacional ou social, posição econômica, nascimento ou qualquer outra condição”.

 

D E N U N C I E!

 

Existem diversas leis que falam sobre o PRECONCEITO, e mostram que ele é contra a lei! Desde 5 de janeiro de 1989, a lei de nº 7.716 vigora, e o Art.1º esclarece dizendo:

 

“Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.”

 

Este é o e-mail para denúncias de VIOLAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS no Brasil. As denúncias são recebidas pelo Ministério da Justiça, onde serão tomadas as medidas relativas a cada situação.

 

denuncia@mj.gov.br

NOMES 

E TRAJES:

Ao final do século XVII, o grande número de ciganos degredados para o Brasil, curiosamente trocam seus nomes e trajes, assimilam e adotam hábitos portugueses, como determinara sua majestade D. Pedro (rei de Portugal e Algarves).

 

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ZARCO FERNANDES fernandeszarco@gmail.com